segunda-feira, 25 de junho de 2012

Exterogestação, o que é?

Uma gestação que vai bem dura aproximadamente 9 meses e é dividida em 3 trimestres. O que muita mãe não sabe ou conhece é que os estudiosos hoje falam em um quarto trimestre, o primeiro trimestre de vida fora do útero da mãe. É a exterogestação, período de adaptação do bebê ao meio externo.

O bebê passa 9 meses em um ambiente aquático, onde a luminosidade era mínima, praticamente não havia variação na temperatura, o alimento estava sempre a disposição, os sons mais conhecidos eram os do corpo da mãe, a percepção do tempo era quase nula, era sempre embalado pelo caminhar da mãe e seu corpo era contido pelo corpo da mãe.

Quando ele nasce, o ideal é que essa transição seja suave, respeitando o bebê e seu conhecimento de mundo. Na hora do parto, manter a luminosidade baixa, sons suaves e manter o bebê em contato com a mãe colabora para uma transição tranquila. No período que segue, sempre que o bebê estiver desconfortável ou com alguma necessidade, ele vai chorar, pois este é o único meio de se comunicar que ele conhece. Nesse momento, é importante lembrar de como ele estava dentro do útero e tentar reproduzir este ambiente aqui fora...

Como fazer isso? Dr. Harvey Karp coloca 5 sugestões que, se aplicadas corretamente, acabam por tranquilizar o bebê rapidamente.

1) Pacotinho/Casulinho: é enrolar bem o bebê com o cueiro reproduzindo o ambiente apertadinho do útero. É importante que o cueiro não fique solto e não encoste no rosto do bebê, pois o toque no rosto pode estimulá-lo a buscar o peito e se agitar ao invés de se acalmar.

(imagem: www.carinhodepano.com.br)
2) Posição de lado: No útero o bebê nunca ficava apoiado sobre as costas, sua posição era de ponta cabeça, fetal e lateral (no útero, devido ao meio ser aquático, a pressão sobre a cabeça se anulava, portanto aqui fora, o bebê não sente falta de ficar de cabeça para baixo). Aqui fora o ideal é deitá-lo de lado, embrulhadinho ou mantê-lo num sling (carregador de bebê), onde suas costas estarão curvadas e ele encolhidinho, na posição fetal.

(imagem: sonia vill/arquivo pessoal)
(imagem: arquivo pessoal)








3) O som do útero: o som mais conhecido para o bebê é o shhh shhh, que o corpo da mãe faz internamente. Pode-se repetir este som de 10 a 20 cm de distância do ouvido do bebê em altura igual ou superior ao seu choro. Ou pode-se usar um secador de cabelos, aspirador de pó, um cd que reproduza o som do mar, ou um rádio fora de sintonia.


4) Balanço: No útero, o bebê acompanhava todos os movimentos da mãe, caminhar, sentar, levantar, deitar, estava em constante movimento/balanço. Por isso manter o bebê junto ao corpo é tranquilizante para eles, colocá-los de bruços sobre o braço (cabeça sobre a mão, bumbum próximo ao cotovelo e perninhas e bracinhos soltos) e caminhar rapidamente, reproduz a sensação que ele tinha dentro do útero.

5) Sucção: Quando o bebê estava no útero, ele ficava bem apertadinho, mas as mãozinhas costumavam estar próximas ao rosto, isso fazia com que constantemente ele as sugasse... Após o nascimento ele tem muito espaço, e isso é desconhecido, fica portanto difícil encontrar as mãozinhas para sugá-las. Essa sucção não-nutritiva é bastante importante para o bebê. Portanto orienta-se a amamentação em livre demanda, não somente para garantir uma boa nutrição e ganho de peso ao bebê, e sim para que ele possa suprir essa sua necessidade de sucção. Chupetas não são recomendadas pois podem levar a um desmame precoce seja  pela confusão de bicos, seja pela diminuição da estimulação nas mamas.

Hora do Banho: Entrar na banheira é uma mudança radical de ambiente e temperatura, é possível minimizar essa mudança embrulhando o bebê em uma toalha-fralda e só depois de imerso, ir liberando os membros um a um para efetuar a limpeza, a toalha-fralda faz uma contenção e transmite a sensação de segurança ao bebê. O banho de balde também é excelente pois leva o bebê a uma sensação conhecida desde o útero.



(imagem: arquivo pessoal)
Esteja disponível para seu bebê, procure descansar quando ele dormir, obtenha ajuda para as coisas da casa. O cheiro da mãe, e o som do seu coração são o porto seguro deste bebê, é por isso que muitas vezes a família inteira pode tentar acalmar um bebê que chora, mas é só a mãe chegar perto que ele se acalma.



Vale a pena conhecer os carregadores de bebês artesanais, os slings (wrap, pounch e ring). São ótimos para manter o bebê juntinho à mãe com cheiro, calor, sons e movimentos conhecidos!


E aproveitem pra ficar bem grudadinhos enquanto eles deixam, estabelecer um vínculo precioso, com  muito respeito a esse ser que acaba de chegar ao mundo! Depois eles vão amar correr por aí! Livres e seguros, sabendo que têm aos pais como porto seguro, sempre!

Com amor,
Equipe Gaia


PS: As dicas do Dr. Harvey estão originalmente no livro: The Happiest Baby on The Block, Dr. Harvey Karp, Bantam Dell, 2002. New York.

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